quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

"A SOLIDÃO"

 

Há dias em que sentimos com mais intensidade o fardo da solidão.

 
À   medida que    nos    elevamos  , monte acima   ,   
no desempenho do próprio dever, experimentamos a   solidão dos   cimos e profunda tristeza nos dilacera a alma sensível  .

Onde se encontram os que sorriam conosco no parque primaveril da primeira mocidade?

Onde pousam os corações que nos buscavam o aconchego nas horas de fantasia?

Onde se acolhem quantos nos partilhavam o pão e o sonho, nas aventuras felizes do início?


Por certo, ficaram...

 
Ficaram no vale, voejando em círculo  estreito, à maneira das borboletas douradas, que se esfacelam ao primeiro contacto da menor chama de luz que se lhes descortine à frente.


Em   torno   de nós , a claridade ,  mas  também o silêncio...


Dentro de nós, a felicidade de saber, mas igualmente   a    dor     de    não    sermos compreendidos...

Nossa voz grita sem eco e o nosso anseio se alonga em vão.

 
Entretanto, se realmente subimos, que ouvidos nos poderiam escutar a grande distância e que coração faminto de calor do vale se abalançaria a entender, de pronto, os nossos ideais de altura?

 
Choramos, indagamos e sofremos... Contudo, que espécie de renascimento não será doloroso?

 
A ave, para libertar-se, destrói o berço da casca em que se formou, e a semente, para produzir, sofre a dilaceração na cova desconhecida.

 
A solidão com o serviço aos semelhantes gera a grandeza.

 
A rocha que sustenta a planície costuma viver isolada e o sol que alimenta o mundo inteiro brilha sozinho.

 
Não nos cansemos de aprender a ciência da elevação.

 
Lembremo-nos do Senhor Jesus que escalou o Calvário, com a cruz aos ombros feridos. Ninguém   o seguiu na morte afrontosa ,  à exceção de dois malfeitores, constrangidos à punição, em obediência à justiça.


Não relacionemos os bens que, porventura, já houvermos espalhado.
Confiemos no infinito bem que nos aguarda.
Não esperemos pelos outros , na marcha de sacrifício e engrandecimento.


E não nos esqueçamos que, pelo ministério da redenção que exerceu para todas as criaturas, o Divino Amigo da Humanidade não somente viveu, lutou e sofreu sozinho, mas também foi perseguido e crucificado.

 
O sacrifício na cruz é a mais bela lição de resignação que o Mestre nos legou.
Sem      nenhuma imposição   conclamou-nos:

Quem quiser vir após Mim, tome a sua cruz, negue a si mesmo e siga-Me.

O que equivale a dizer que tomemos a cruz dos nossos      sofrimentos      com     abnegação ,   e escalemos a montanha da ascensão espiritual, confiantes Naquele que nos fez o convite.


E, embora com os pés sangrando, ao chegarmos no topo do monte, depararemos com a planície florida e a estrada iluminada que nos conduzirá ao Mestre.
Recordemo-lo portanto, e sigamo-lo... 

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Se não   temos   conosco   as   marcas   do testemunho   pela   responsabilidade ,   pelo trabalho ,    pelo     sacrifício       ou        pelo aprimoramento íntimo, é possível que amemos profundamente a  Jesus,   mas é quase certo que ainda não nos colocamos, junto Dele, na jornada redentora.


Abençoemos, pois, a nossa cruz e sigamo-lo, sem temor, buscando a vitória do amor e a felicidade eterna.
 

(Redação do Momento Espírita,com base no cap. 70 e no cap. 140 do livro Fonte viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Disponível no CD Momento Espírita, v. 7, ed. Fep.)

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Que o Ano de 2010 seja de muito Respeito ao Próximo, Amor Familiar,  Harmonia, Saude, Paz e Prosperidade, para todos nós!

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Abraço fraterno,

CHRISTINA ANTUNES FREITAS

 

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