quarta-feira, 23 de julho de 2008

OS "CORONÉIS BARBONOS", OS "40 DA EVARISTO" E O "ESTADO PARALELO".

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Transcrevo artigo do Blog do Cel Paúl, www.celprpaul.blogspot.com, que acredito ser uma ótima leitura para que entendamos melhor,os últimos acontecimentos.
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Quarta-feira, 23 de Julho de 2008

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OS "CORONÉIS BARBONOS",
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OS "40 DA EVARISTO"
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E O "ESTADO PARALELO"


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O estudioso de primeira hora do tema criminalidade logo descobre que o crime organizado para prosperar busca cooptar no primeiro momento os policiais – os fiscais das ruas - permitindo que o crime se instale e se multiplique pelas esquinas, seja ele qual for e no segundo momento tem por objetivo cooptar os políticos, construindo uma estrutura denominada “estado paralelo”, que infiltra os seus tentáculos no “estado formal” – na Polícia e na Política - construindo uma rede destruidora de influência criminosa.
A mídia nacional tem noticiado exaustivamente nos últimos anos, que o crime já tem alcançado o seu segundo objetivo em muitos estados brasileiros e o Rio de Janeiro é um destes estados afetados por esta virulência.
A gravidade da situação – a expansão do “estado paralelo” – põe em risco o estado democrático de direito, por exemplo, quando a própria campanha eleitoral é posta em descrédito, diante da impossibilidade de candidatos buscarem votos nos denominados “currais eleitorais”, conforme o noticiado pela mídia.
Candidatos escoltados representam em apertada síntese que naquele espaço geográfico o estado formal não detém os monopólios exclusivos do uso da força, da tributação e da justiça.
Partindo deste pressuposto, o próprio processo eleitoral como um todo fica comprometido e o cidadão perde a sua representatividade na escolha dos ocupantes dos cargos políticos.
Se o processo eleitoral não é livre, universalmente democrático, ele não é um instrumento da democracia, portanto, diante da impossibilidade de exercer o direito da livre de escolha dos seus representantes, o povo fluminense fica apartado da democracia e os eleitos acabam por não representarem a vontade popular.
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Isso não é democracia!
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E qual a relação entre esta nefasta realidade e a mobilização cívica realizada pelos Policiais Militares e pelos Bombeiros Militares, integrantes dos grupos dos “Coronéis Barbonos” e dos “40 da Evaristos”?
A resposta é simples para quem é Policial Militar ou Bombeiro Militar, ou seja, a relação é direta.
Os militares estaduais que no ano de 2007 encaminharam documentos formais ao governo do Estado do Rio de Janeiro e que foram as ruas, ordeira e pacificamente, nos anos de 2007 e 2008, para conscientizar à sociedade fluminense sobre a gravidade da situação vivenciada pelas suas instituições, estavam exteriorizando um grito de alerta, mais do que isso, um grito de socorro.
Não foram ouvidos.
O Comando Geral da Polícia Militar foi exonerado.
Os Coronéis e os Tenentes-Coronéis que participaram da mobilização foram exonerados, perderam gratificações e foram condenados ao ostracismo.
Legislações estaduais foram modificadas para prejudicar os Coronéis, condenados subsidiariamente a uma aposentadoria compulsória aos 50 anos de idade, isto com a aprovação da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Oficiais mobilizados foram transferidos das unidades.
E se você, caro leitor, acha que não existe relação entre os dois fatos, responda a seguinte pergunta:

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Será que os “Coronéis Barbonos”, os “40 da Evaristos” e os Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros que os apoiaram faziam parte dos cooptados pelo “estado paralelo”?

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Obviamente, não!


Eles eram e alguns ainda são, a resistência!
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AMIGOS:
VAMOS REFLETIR !!!!
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Um abraço,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS

segunda-feira, 21 de julho de 2008

CAMILA: ROUBARAM NOSSA DUDA !!!!

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CAMILA COM DUDA E ROBERTA CHRISTINA
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Minha Flor de Maracujá!
Esta foi uma semana difícil, em que eu tentava de todas as maneiras ao pensar em você, não sentir angústia... Alguma coisa diferente entre as nossas energias estava acontecendo e não fui capaz de intuir o que era.
É uma situação tão aflitiva que talvez as pessoas que possam ler o que estou escrevendo não entendam bem. Eu sinto a sua angústia e ao mesmo tempo você deve sentir a minha.
Tentei passar em minhas lembranças nossos melhores momentos, mas nada fazia aquela sensação estranha desaparecer.
.Tá bom Mimi!!!! Sei que você não simpatiza com a idéia de eu colocar esta foto em que você com semblante de quem ”acabou de acordar”, segurando suas duas cadelas: DUDA (a maior) e Roberta Christina (a menor e que já faleceu). Mas perdoe-me: a causa é justa e a história é comprida.
.Mas vamos lá!!!
.A quatro meses atrás um dia cheguei do Rio e encontrei uma cadela no meu portão. Estava doente, sem forças, e com feridas no corpo que aqui no interior chamam de “bicheira”.
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Coloquei minhas coisas em casa e tratei de separar uma vasilha com água e outra com ração. A cadela bebeu a água avidamente, mas não conseguiu comer. Notei que havia um tipo de “capim” em sua boca e gengiva e resolvi chamar Geraldo prá me ajudar. Enquanto fazia isso do lado de fora da casa, DUDA como sempre, queria uma brecha no portão para atacar a cadela que comecei a chamar de PRETINHA.
.Meu amor, seu pai chegou e logo diagnosticou:
- Chris, isso não é capim. Isso é Espinho de Ouriço.
Tentei tirar com a unha (estava de luva) e não consegui. Foi preciso eu segurar a cadela e seu pai com um alicate, retirar cada espinho que estava espetado nas gengivas da PRETINHA.
.Mimi, você pode imaginar o sufoco, mas conseguimos. Depois desse episódio PRETINHA não saiu mais do meu portão. Tratei de procurar ajuda Veterinária (0800 – Dra. Fernanda), e fui cuidando dos ferimentos que aos poucos cicatrizavam.
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Mas sabe como é: uma cadela que vive solta, cada dia aparece com alguma coisa diferente. Prá você ter idéia do quanto estou rural, até "Berne" eu cansei de ter que espremer em PRETINHA. Depois de espremido o tal do Berne (acredite: o bicho tem até pelo, ugh!) e depois de fazer a Higiene do ferimento, é colocado um produto azul, que tem o nome de "Mata Bicheira"!
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Céus Camila! Que saudade sinto por vezes de um Shopping...
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.Prá encurtar a conversa, PRETINHA foi ficando do portão para fora, pois DUDA não admitia tampouco que ela enfiasse o focinho entre as grades, tendo a mordido algumas vezes.
.O que não estava em meus planos era PRETINHA entrar no cio, ficar prenha e manhosa. Muito manhosa...
Todo dia ao colocar a ração pela manhã e à noite, eu tinha que fazer carinho na barriga da cadela, conversar com ela no meu linguajar tatibitate-canino, para desespero de DUDA que não se conformava. Depois de atender a PRETINHA, dava uma atenção redobrada à DUDA por causa da ciumeira.
.Um dia eram 17 hs e PRETINHA ao deitar em frente à casa, notei que estava perdendo água. Não deu outra: na madrugada ela pariu nove filhotes.
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Às seis da manhã estava cambaleante e chorando em nosso portão. Dei água e comida e ela levou-me à toca que havia feito. Coloquei bastante água e ração para ela não ter que andar (atravessar a rua).
E assim foram transcorrendo os dias: PRETINHA deitada na toca e amamentando seus nove filhotes (sete machos e duas fêmeas).
.Meu amor: os problemas começaram quando nós precisávamos ir ao Rio.
Apesar de conhecermos pessoas gentilíssimas, como um comerciante da Cidade que trata dos cães de rua e outras tantas pessoas que vez por outra paravam aqui com ração, enfim, pessoas de espírito nobre, que nos ajudavam em nossa ausência (três dias no máximo), as coisas complicaram.
Como a estrada aqui é passagem para casa deste Comerciante, ele trazia sempre comida e água para PRETINHA. Mesmo eu estando aqui várias vezes passou e deixou ração. Mas, naturalmente ele fazia isso pela manhã e à noite, pois precisava trabalhar. Combinávamos com ele quando tínhamos que nos ausentar.
.Mas sabe como é: as pessoas mesmo nesse meio rural, acham que abrir uma rua e fazer umas casas bonitas, podem ser intituladas como "donas do mundo".
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Aqui onde moro, colocaram o nome de Condomínio, mas veja bem: é passagem de boiada, de cavalos, de trator que sobe para apanhar cana e desce abarrotado da mesma, o dia todo! Ah! Mas é um Condomínio, e como tal: alguns ilustres moradores não gostam que cães passeiem aqui.
.Engoli sapos, vomitei outros e fui levando a situação até encontrar PRETINHA envenenada um dia em que cheguei do Rio (não posso dizer que tenha sido alguém daqui do Condomínio, pois esta é uma prática de algumas pessoas da Cidade).
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Conseguimos salvá-la e tivemos ajuda de umas moças de uma Pousada, que nutriram os filhotes que não podiam mamar, pois ainda havia veneno na corrente sanguínea da PRETINHA.
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Um dia, nossa jovem mãe que já estava andando, resolveu transportar os filhotes para meu portão.
.Sabe Mimi, temos noites aqui com temperatura de quatro graus. Então coloquei uma casa de cachorro no portão e as crianças ficavam ali. A mãe não queria mais amamentar: os filhotes com um mês já tinham caninos.
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.CREIO EM DEUS PAI, MIMI !!!!
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.DUDA estava cada dia mais alerta: pronta para engolir um cachorrinho.
Eu e Geraldo antes de tomarmos café da manhã colocávamos a comida dos filhotes (ração, leite) senão eles choravam muito. Os bebês comiam cinco vezes por dia... E DUDA trancada na parte alta da área, com bastante espaço, porém doida para agarrar ou PRETINHA ou os filhotes. Tentei várias aproximações, mas notei que na primeira bobeada, seria fatal. Enquanto eu ficava em casa deixava DUDA solta, mas se saísse a prendia, pois as crianças já entravam pelas grades para pedir comida.
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OS FILHOTES DE PRETINHA
(SÓ APARECEM OITO, POIS UM ESTAVA EM MEU COLO)
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Na segunda feira passada, colocaram um bilhete desaforado para mim. Respondi com uma carta e, anexei uma xérox do bilhete recebido. Entreguei em cada casa, já que era de um anônimo e se dizia representante do Condomínio.
Na parte da tarde uma pessoa veio aqui, desculpou-se, trouxe flores, e dei por terminado o assunto.
Sabia que não poderia ficar com os filhotes, mas esperava que eles amadurecessem mais um pouco para entregar em algum lugar. Não consegui quem adotasse algum, pois a Cidade não gosta de cães e aqueles que gostam já estão com sete ou oito em casa. Decidi então, que hoje entregaria as crianças à ZOONOZE de outra Cidade, pois aqui não existe.
Levaria para outro Município. Já estava tudo preparado, apesar de termos a certeza que ficaríamos tristes. Por outro lado, sabíamos que seriam bem tratados.
.Sabe Mimi: veja como alguns encarnados são maus...
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Ontem saí, fui até ao Centro ouvir uma Palestra e depois fui dar um abraço à uma amiga que aniversariava.
.Quando cheguei encontrei os filhotes espalhados pela rua.
Quando abri o portão vi que meus vasos de plantas estavam quebrados, com terra espalhada. Quando olho o portão que separava a DUDA, vi que o mesmo estava caído para dentro (o normal seria se ela tentasse sair, que o empurrasse pois há uma ladeira). Limpamos a entrada e com a pouca iluminação fizemos o possível. Fui ver a comida dos filhotes e pensei: vou pegar já a DUDA na casa dela (você sabe que toda vez que ela faz uma “M” : se esconde).
.Fui até a casa chamei e nada. Estava bem escuro e resolvi acionar um bichinho de borracha que ela tem como filho e faz barulho. Quando quero que ela entre em casa, o som do mesmo faz com que ela venha correndo. Cansei de apertar o brinquedo. Chamei seu pai, pedi para vir com a lanterna e eis o susto: DUDA não se encontrava.
.Fiquei a madrugada gritando por ela e fazendo barulho com o bicho. Nada aconteceu.
.Pela manhã, vimos o que realmente ocorreu: entraram na parte externa da casa e LEVARAM a DUDA. Até a tampa da caixa de gordura foi arremessada longe, e pelo que vimos, ela resistiu ao ser levada.
.Saímos pelos campos, estradas vicinais, pelas fazendas e nada. Fui até o DPO onde fui muito bem atendida e encaminhada para a Delegacia de Valença, pois aqui somos Distrito.
.Pensei até que somente no DPO tudo se resolveria, mas os Policiais me alertaram que invadiram minha casa, e que o caminho seria este. Para nossa pouca sorte uma tal de "ventuinha" do carro, deu pane e somente na segunda feira (hoje) após às 11 hs, vamos poder ir até Barra do Piraí para comprar tal peça. Depois disso é que vamos à Valença na Delegacia...
Mimi, já ouviu um ditado que diz: "Quando a maré tá de azar o debaixo "caga" no de cima"? Pois é: é mais o menos assim o que tem acontecido nos últimos dias.
Ontem, Domingo, resolvi antecipar e levar os filhotes (um amigo deu carona) para a Faculdade de Veterinária de uma Cidade próxima, com medo que nesta noite pudessem matá-los. É tudo tão triste!
.Fico pensando na DUDA, que saiu de um apartamento do Rio de Janeiro e veio morar aqui, mas que não gostava de sair de dentro de casa. Estamos com um frio de quatro a cinco graus na madrugada. Ela jamais teve que caçar para comer, e na realidade temo que a tenham levado para longe ou a tenham matado.
.Não é segredo que existe aqui algumas pessoas que dão chumbinho para cães e gatos. No momento, uma Veterinária e seu marido, estão fazendo uma campanha na cidade para vacinação dos animais de rua e algumas pessoas têm pensado na proposta de arrumarmos um local para tratarmos dos animais doentes, fazermos a castração, etc.
.Mas Mimi, enquanto isso não acontece, confeccionamos agora à noite vários cartazes com a foto de DUDA, para espalharmos pelo comércio.
.Espero meu amor, que você possa estar de alguma forma guiando os passos de nossa MARIA EDUARDA – DUDA, escolhida por você quando nasceu lá em casa no dia 30 de Janeiro de 2000.
.Era meu aniversário e você simpatizou logo com a mais “feinha”, pois achava que ninguém ficaria com ela.
.Durante os anos que convivemos juntas com DUDA muitas alegrias e algumas brigas: no dia do Baile do CMRJ, DUDA roeu seu sapato da Farda de Gala! Era você chorando e eu tampando os buracos do sapato com um grude de massa e graxa. Isso sem dizer no tanto de pasta de dentes que ela tirava de sua mochila e da mala de seu irmão...
.Mas hoje, se DUDA está vagando por estas estradas, deve estar com fome, frio e medo...
.Ajude-me Minha Flor, a encontrá-la. Já te perdi, e aos poucos vou perdendo as coisas e criaturas que você amava tanto.
.Quanto à pessoa que fez isso? Aqui é um lugar pequeno, mais dia menos dia saberei. O castigo ficará a cargo da Justiça e de Deus!
.Sabe? Queria saber quem inventou que com o tempo eu sofreria menos sua perda????
.Está cada dia pior!
.Necessito tanto do seu ombro, dos seus dedos finos passando em meu rosto, me acarinhando e dizendo: - Não chora não, mãe! Não gosto de te ver sofrendo!
.Minha Mimi, hoje pensei tanto que Deus poderia me achar merecedora, e abreviar nosso encontro... Te amo demais minha filha! Estou fragilizada: sinto que não estou agüentando...
.Desculpe o desabafo Mimi, mas sei que somente você consegue entender precisamente o que sinto.
.Muita saudade Minha Flor de Maracujá! Ore por DUDA!
.Como sempre meu amor, aguardando o momento de nosso reencontro...fique em paz, olhando sempre por nós!
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Beijos da mamãe!
.CHRISTINA ANTUNES FREITAS

VALEI-NOS
SÃO FRANCISCO DE ASSIS !!!












quarta-feira, 9 de julho de 2008

CARTA DOS BARBONOS - ANO I - CEL HILDEBRANDO QUINTAS ESTEVES FERREIRA

Abaixo, transcrevo texto do Blog do Cel. Paulo Ricardo Paúl, que dentre suas considerações, expõe o artigo do Coronel Hildebrando Quintas ESTEVES Ferreira, na ocasião em que se completava 1 ano da CARTA DOS BARBONOS.
Abaixo o texto do Cel. Paúl, e em seguida o artigo do Coronel Esteves, grifado em azul!


"Quinta-feira, 3 de Julho de 2008

CARTA DOS CORONÉIS BARBONOS - ANO I - CORONEL HILDEBRANDO QUINTAS ESTEVES FERREIRA
Cidadãos brasileiros, a Carta dos Coronéis Barbonos completa neste dia 3 de julho de 2008, um ano de sua divulgação.

A leitura atenta da carta pode oferecer respostas ao momento de insegurança pública que vivenciamos no Estado do Rio de Janeiro, sobretudo considerando que nenhum dos objetivos institucionais propostos ao poder político foi concretizado.

O documento marcou uma nova realidade na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, quando um grupo de CORONÉIS DE POLÍCIA - exercendo a sua responsabilidade de LÍDERES da instituição - e que ocupavam as funções mais relevantes de assessoramento ao Comando Geral, bradaram um grito de socorro direcionado à sociedade fluminense e ao poder político para o solucionamento das mazelas da instituição e da segurança pública.

A Carta dos Barbonos foi referendada pela maioria dos Coronéis da ativa da Policia Militar e marcou um momento em que os INTERESSES INSTITUCIONAIS sobrepujaram os INTERESSES PESSOAIS.

A lamentar o fato de que esse rarissimo momento de união dos Coronéis tenha sido efêmero e a situação logo tenha se revertido aos primeiros clarões e os INTERESSES PESSOAIS tenham voltado a preponderar como historicamente ocorre na corporação, com sérios danos à Polícia Militar e principalmente, aos homens e mulheres de bem que integram essa bicentenária corporação e arriscam a sua vida diariamente em defesa do cidadão e da cidadania.

E aproveito para lembrar que no dia 14 de julho de 2008 ocorrerá o primeiro aniversário do Ato Cívico realizado pelos 40 da Evaristo, na praia de Copacabana, um ato pelo resgate da cidadania do Policial Militar através da concessão de salários dignos e adequadas condições de trabalho. O grupo dos 40 da Evaristo foi formado por Oficiais e por Praças idealistas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar que realizaram atos cívicos ordeiros e pacíficos para sensibilizar o povo fluminense sobre a situação vivenciada pelos heróis sociais - os Policiais Militares e os Bombeiros Militares.

Cidadão brasileiro, Policiais Militares e Bombeiros Militares - Oficiais e Praças - têm alertado à sociedade fluminense e ao poder político sobre a gravidade da situação e o silêncio diante de nossas pretensões tem sido a resposta, apesar do agravamento constante da crise.

Portanto, não nos culpem!

Não atribuam a nós os efeitos deletérios da omissão política de anos, que não valoriza e contribui sobremaneira para a desqualificação dos profissionais de segurança pública.

Profissionais que precisam se desgastar fisica e emocionalmente no "bico" para prover o sustento de seus familiares, resistindo bravamente às facilidades da corrupção endêmica do "estado paralelo", que como mestástase se espalha por todo o organismo social.

Nós denunciamos alguns dos muitos problemas e continuamos na luta para reverter esse quadro, pois DESISTIR não faz parte do nosso vocabulário, nem de nossas vidas.

Não somos políticos, somos profissionais que têm o dever de prestar o melhor serviço público possível à sociedade fluminense, que clama por ordem e segurança, cansada de perder seus filhos para a violência que nos envolve e nos sufoca.

O CORONEL ESTEVES - um dos melhores exemplos de idealismo, destemor, honestidade e competência da história da Polícia Militar - escreveu o artigo que transcrevo a seguir sobre o primeiro aniversário da Carta dos CORONÉIS BARBONOS.


PRIMEIRO ANIVERSÁRIO
CARTA DOS BARBONOS
Hildebrando Quintas ESTEVES Ferreira
CORONEL de Polícia


"A exposição dos problemas existentes na policia, já há muito vem sendo feita por pesquisadores e estudiosos da segurança sem que se consiga o devido eco na sociedade. O exemplo disso é que nos idos de 70, Virgilio Luiz Donnici, em seu livro: “A Criminalidade no Brasil: meio milênio de repressão” já elencava quatorze itens que, baseado em seus estudos, necessitavam urgente reformulação para a melhoria da Policia, dentre os quais, cito:

1 – “Salários insuficientes e baixos;
2 – Ausência de uma profissionalização policial porque hoje o policial tem a Polícia como bico;
3 – Ausência de uma deontologia policial;
4 – Ausência de condições para o trabalho policial; dentre outras.

Recordando o que já foi dito por muitos, em face da importância de não permitir que caia no esquecimento, mesmo sob o risco de tornar-me chato e enfadonho, sigo reportando-me ao dia 03 de julho de 2007, quando surgia na mídia um grupo de Coronéis denominados Coronéis Barbonos que, através da Carta dos Barbonos, denominada “PRO LEGE VIGILANDA” (Para a Vigilância da Lei), elencavam doze itens que os mesmos julgavam necessários reformular para melhorar a Policia Militar e o serviço por ela prestado.
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Neste histórico documento, encaminhado ao Comandante Geral da PMERJ, Secretário Estadual de Segurança Pública e Governador do Estado, além é claro, da sociedade civil através da mídia, o grupo de Coronéis buscava levar às autoridades os problemas que mais afligiam a Corporação naquele momento, com o fito de melhorar a qualidade do serviço prestado pela Polícia e como conseqüência a melhoria no atendimento a comunidade e a otimização da Segurança Pública de nosso Estado.
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A Carta dos Barbonos com seus doze itens, como se vê, não trazia novidade em seu conteúdo, pois cientistas sociais, pesquisadores e estudiosos já apresentavam os óbices. Não, não era a exposição dos problemas a inovação, mas o fato de tal exposição ter sido feita por integrantes do aparelho policial, na busca de melhorar a qualidade de vida dos profissionais e conseqüentes aperfeiçoamentos na assistência ao cidadão.
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Iniciava-se uma nova era, onde profissionais que, vivenciando os transtornos ao exercício, corajosamente apresentavam às autoridades e ao público, suas dificuldades, na tentativa de encontrar apoio para solucioná-las.
Esboçavam um protótipo de “Política de Segurança Pública”.
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O resultado deste embrionário projeto: exonerações, perseguições políticas, tentativa de desmoralização alcunhando-os de traidores da Instituição. Isso mesmo, os que abriram mão de tudo em prol do que julgavam melhor para a PMERJ foram, pelos que se assenhorearam do poder e das gratificações, hostilizados e taxados de inimigos da Corporação.
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Valores subjugados e corrompidos. Dura realidade.
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Um ano decorrido e a sociedade ainda aquiesce esta inversão. Acolhe, por omissão, a Insegurança Pública reinante em nosso Estado.
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Está na hora de cobrar do Estado, tudo o que vem sendo muito bem pago pelos contribuintes, através de inúmeros e altíssimos impostos e lembrar que, portanto, não estariam fazendo favor e sim cumprindo com sua obrigação; esta na hora de exercer a cidadania tão decantada e não praticada. Quando a sociedade entender a necessidade da cobrança do que lhe é de direito, não importando o “fenômeno” de ainda haver o cidadão que não tenha sido alvo dessa violência deflagrada em nosso Estado, então caminharemos para frente e não veremos os demais Estados da Federação evoluindo, enquanto nem mais estacionados estamos, mas sim, de marcha à ré, ladeira abaixo".


Leia a Carta dos Barbonos e tire as suas conclusões:
http://celprpaul.blogspot.com/2007/09/pro-lege-vigilanda-para-vigilncia-da.html
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Que possamos refletir sobre as palavras do Coronel Paúl e Coronel Esteves !
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A CHAMA CONTINUA ACESA!
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Um abraço,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS

sexta-feira, 4 de julho de 2008

"OPERAÇÃO" vs "MÃE E CIDADÃ"

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Existem algumas coisas na vida que temos consciência que não devemos fazer, mas o nosso lado afoito não liga e diz: - Vai lá!
Pois é... E eu fui!
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Falo de uma simples entrada em um Batalhão da PMERJ do Rio de Janeiro, para entregar um documento ao meu filho. Estava de passagem pela Cidade e só o veria novamente na outra semana.
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Ao chegar achei o Quartel vazio... O Militar que estava na Guarda nos avisou que não sabia se meu filho se encontrava no local, uma vez que o Batalhão encontrava-se em “Operação”.
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CARACA! OPERAÇÃO! O QUE FUI FAZER LÁ?!?!?!
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Trocando em miúdos: haviam saído muitos Militares para mais uma “Batalha de Policiais Despreparados”,
contra “Meninos que não Tiveram Oportunidades na Vida”.
Lógico que isto na visão dos Políticos “Sem Noção”,
e de grande maioria dos Sociólogos e Antropólogos.
É claro, que neste Balaio de Gatos estão as
ONG’s do tipo “Viva Vagabundo”
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Sim! Fiquei no pátio do Quartel com aquela cara de mãe disfarçando o nervosismo!
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No tempo em que estive recostada em meu carro, pude perceber que a tal “Operação” estava em seu término: começaram a chegar os carros com os Policiais Militares.
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Querem saber? É triste... AVILTANTE!
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Conforme os carros chegavam e os Policiais desembarcavam, via-se no semblante desses homens o cansaço, o stress, o riso nervoso, o “Graças à Deus” e os vários: - “Foi f..a, irmão!”.
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Fiquei observando nessa hora, com o olhar de cidadã que tem muitas das vezes seus direitos preservados por esses homens, o quanto deve ser difícil sobreviver ao combate e ao mesmo tempo ter que colocar um sorriso no semblante, uma vez que a Sociedade não consegue entender o quanto é tênue a linha que divide o encontro com a morte e o atendimento ao cidadão, que quer do PM atitudes do tipo “gentleman”. Aff!
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Voltando ao pátio do Quartel...
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Não haviam passado cinco minutos do desembarque, começou o barulho de um intenso tiroteio, com todos os tipos de sons, que vão do: pá pum, passando pelo tráaaaa, e naturalmente alternando uns BUM!!!! BUM!!!!, ensurdecedores!
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Valha-me Deus! Aqueles homens que haviam desembarcado a menos de cinco minutos entraram todos se acotovelando nas viaturas, saindo em disparada do quartel!
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Fico me perguntando? – O que passa na cabeça do Policial numa hora dessa?
A quanto vai o batimento cardíaco desse Herói Social?
Naturalmente fiquei mortificada quando pude observar tudo isso!
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HOMENS MÁQUINA ou HOMENS BOMBA????
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No princípio deste texto, coloquei a palavra AVILTANTE... Vou explicar!
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O que podemos fazer com trinta reais por dia?
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Dependendo da pessoa, toma-se uma dose de Whisky, compra um livro barato, uma blusa na “Feirinha”, paga meia entrada no Teatro...
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Pois bem: Esses homens que descrevi acima em “Operações”, a grande maioria ganha esses trinta reais por dia para pagar aluguel, manter família, comer, dar comida, pagar passagem, COMPRAR FARDA E CUTURNO (dever não cumprido pelo Estado), comprar remédios...
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Pelo que pensa o mandatário do Governo Estadual no Rio de Janeiro que é o senhor Governador e a grande parte dos Deputados Estaduais, Secretário de Segurança, e seus muitos bajuladores do Governo deste Estado, trinta reais na mão do PM ou BM, fazem o mesmo trabalho de um elástico: esticam...
Fazem questão do Militar Estadual sem condições de sobrevivência!
Ah! Mais dia menos dia, esse elástico arrebenta!
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SOCIEDADE FLUMINENSE!
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AJUDE ÀQUELES QUE PROTEGEM O ESTADO.
ENQUANTO DORMIMOS, DANÇAMOS, REZAMOS, NAMORAMOS, CONTAMOS PIADAS ENTRE AMIGOS EM UMA REUNIÃO SOCIAL, E AINDA CRITICAMOS A BALA PERDIDA QUE “SEMPRE” PARTE DA POLÍCIA, ELES NOS GUARDAM!
ENFIM, ENQUANTO FAZEMOS DE TUDO UM POUCO, ESSES HOMENS QUE DESCREVO NO PRINCÍPIO DO TEXTO ESTÃO ARRISCANDO VIDA, SAÚDE E MUITAS VEZES:
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MORRENDO
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(QUANDO NÃO ATINGIDOS POR BALAS E GRANADAS, MORREM PELO DESCASO DAS AUTORIDADES).

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Cabe a Sociedade do Estado do Rio de Janeiro, juntar força aos que diariamente clamam por uma PMERJ e CBMERJ melhor, para que pressionando o Poder Público, esse descalabro Salarial juntamente com as terríveis Condições de Trabalho que esses homens e mulheres suportam, possa ser objeto de solução rápida!
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Os Militares Estaduais precisam de AUMENTO SALARIAL SUBSTANCIAL, e não de gratificações que podem entrar e sair de seu contracheque conforme o humor daqueles que detém o poder de mando na Política Estadual!
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Meu filho?
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Ah! Naturalmente chegou com aquele “SORRISO PRONTO PRÁ ACALMAR A MÃE”!
Preferi não saber se estava desde cedo na Operação, ou se chegou mais tarde. Nesta parte posso dizer que meu “Policial”, poupa-me de tudo!
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O que me importava no momento é que ele e seus companheiros estavam VIVOS!
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SEM DINHEIRO, PORÉM VIVOS!!!
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Hummm! Vai ver que isso é o que “conforta” o Governo Estadual! AFF!!!
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Meu respeito
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aos
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HERÓIS SOCIAIS !!!!

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Um abraço,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS