quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

DOIS ANOS SEM VOCÊ!!! QUERO TE FALAR DE ROBERTA CHRISTINA...


Oi, Minha Flor de Maracujá!

Estou com o computador perto da janela, e apesar do tempo fechado os pássaros brincam em frente a casa. Hoje vemos Canários, os sempre freqüentes Tiês e as Maritacas que estão passando fazendo bastante barulho. Elas voam em bando, e quando essa barulhada um tanto nervosa acontece, já observei: é sinal de chuva forte.

A mais ou menos uma semana os pássaros nos visitam para comer a ração com alguma tranqüilidade, até porque sua cadela “Maria Eduarda – Duda” anda triste.

Realmente Duda nunca foi uma perturbadora dos pássaros, ela não gosta é de animais de grande porte: bois, cavalos... Ah! Para ser justa devo dizer que Maria Eduarda detesta gatos.

Antes, Duda ia até a frente deste apartamento térreo (tenho mania de chamá-lo de casa), dava uns latidos e voltava. Ela nunca foi ciumenta, e assim deixa os pássaros comerem a ração que diariamente colocamos à vontade.

Mimi, você sabe como nossa Cookier Spaniel Roberta Christina era altamente ciumenta e criadora de caso. Caso Roberta fosse um ser humano, certamente seria uma daquelas mulheres que cheira a roupa do marido, revira documentos, paga taxa extra à operadora de Telefonia para monitorar o marido – ah... Esses telefones que tem rádio... – e outras loucuras mais.

Você deve saber, não é meu amor? Os pássaros estão tranqüilos e a nossa Duda está extremamente triste: Roberta Christina nos deixou...

Estamos bastante tocados pela ausência da nossa criadora de casos. Roberta e Duda eram de sua propriedade Mimi...
Mas vamos combinar? Roberta me escolheu como proprietária, mãe, protetora...

Você pode imaginar que seu pai chorou bastante? Sim!

Geraldo que implicava com Roberta o tempo todo pela mania dela não permitir que ninguém se aproximasse de mim, ficou muito abalado. Talvez por saber que ela te pertencia, ou mesmo por gostar de Roberta apesar das brigas diárias.

Ele, que jamais permitiu que ela ficasse na sala ou no quarto, até porque achava um grande desaforo ele querer sentar ao sofá perto de mim e ela rosnar, chorou!

E quando Roberta burlava a vigilância dele e entrava no quarto? Fazia isto no meio da noite, e ficava deitada sobre meus chinelos. Nossa! Lembra Mimi, que inferno?

Quando Geraldo levantava (sempre lá pelas cinco ou seis horas da manhã) e Roberta prontamente latia e rosnava, naquele momento o meu direito ao sono acabava.

Para que ele não fizesse nada com a cadela ( falando sério: Geraldo era doido para dar umas porradas na pequena Roberta) eu pulava da cama e sempre dizia a mesma coisa:

- “O animal irracional aqui é a cadela... Não vê que ela faz isso porque tem ciúmes de mim?

E tratava de prender a nossa pequena Cookier na área para que ficasse livre da fúria de seu pai.
Foram sete anos assim. Diariamente um embate entre Geraldo e Roberta Christina.

Semana passada nossas cadelas estavam com a Veterinária, pois fui ao Rio e não passaria em casa. Contou-me a Dra. Fernanda que Roberta depois de tomar banho, fazer a escova, brincar como sempre: deitou e fechou os olhos...

A Veterinária é nossa amiga e estava ao lado de Roberta. Fernanda ainda tentou massagem cardíaca, mas nada adiantou. Ela relata que não houve um latido, um gemido, nada. Foi como se desligasse Roberta Christina de uma tomada. Ela e Duda estavam prontas, nós íamos buscá-las.

Quando Fernanda ligou e Geraldo atendeu, percebi logo que alguma coisa havia acontecido: seu pai ficou pálido e bastante emocionado. Peguei o telefone e falei com ela que também estava bastante nervosa. Tentei acalmá-la. Disse que Deus sabia que assim teria sido melhor, pois se ocorresse conosco dentro do carro na estrada, ia ser difícil a situação.

Um pouco mais tarde Fernanda e o namorado trouxeram a Duda, pois achamos melhor Geraldo não dirigir: estava nervoso e a estrada daqui a Ipiabas é perigosa, principalmente na chuva.

Passei a noite correndo dentro do apartamento e na parte de fora do mesmo com Maria Eduarda, que procurava a companheira em todos os cantos. Como já esperava que isso ocorresse, retirei daqui de dentro tudo que poderia ter o cheiro de Roberta, como cama, tapetinho... Mas é bastante doloroso, pois Duda cheirava as paredes, os cantos da casa, atrás dos móveis e ao mesmo tempo: chorava, latia, pulava em meu colo, corria. E eu acompanhei-a nesta maratona uns dois dias.

Agora ela está triste e amedrontada. Não dorme do lado de fora da casa de maneira alguma. Antes eu tinha que fingir que daria um biscoito, na tentativa de retirá-la da casinha na época do frio principalmente, mas não lograva êxito. Dormir para ela, sempre foi fora do nosso apartamento. Parece que gostava da casa dela.

Agora Maria Eduarda não entra mais na casa que sempre relutou em sair. Somente entra na que eu havia comprado para a Roberta e que ela, Duda, nunca deu sequer o direito da outra ficar por uns dez minutos . Quando Roberta entrava, Duda chegava à porta e a nossa Cookier tinha que sair. Acredito que era um jeito de implicar com Roberta: tipo tirar uma forra por causa dos ciúmes que ela tinha de mim.

Duda agora fica quieta, pelos cantos do apartamento. Está se alimentando mal, enfim, bem triste!

Ah! Eu contando tudo o que aconteceu para você, minha Flor de Maracujá, e agora me vem uma coisa à cabeça: estará você rindo de mim por aí? Abraçadinha à Roberta? Está?

Aff! Essas minhas conversas com você, sem as respostas rápidas de um diálogo tipo olho no olho, me fazem por vezes pagar uns micos...

Mas caso Roberta esteja junto a você, fico bastante feliz! Por vocês duas... Apesar de suas sandálias roídas, do Livro caro de Anatomia que ela quase detonou... Tenho certeza do seu amor por Roberta Christina!

Também sei o quanto você, minha Mimi, insistiu para tê-la conosco. Chegou a comentar (olha que chantagem...) no CMRJ. Assim, o Comandante do Esquadrão de Cavalaria associou-se a você para convencer-me a ter mais uma cadela em casa. Afinal a mãe de Duda, a velha Brookie Shields havia falecido.

Como sou “cachorreira” e pressionada pelo seu sorriso, pelos seus beijos e pelo seu compromisso (jamais cumprido) de cuidar da cadela: aceitei nossa Roberta.

Nem preciso argumentar meu amor, que se ela me escolheu como dona, foi pelo trabalho de conscientização “árduo” que tive para que a mesma não sujasse a casa, tendo local próprio para as necessidades fisiológicas.
Pelas vezes que tive que retirar pregador de roupa já mastigado, de dentro da “boquinha” de Roberta. E até mesmo, por esconder um objeto de seu pai, que nossa mimosa filhote havia destruído (não vou dizer o que é, pois contamos outra história). Morro com este segredo!

Então Minha Flor de Maracujá, fico aqui na esperança que Roberta e você estejam juntinhas.
Quem sabe? Ainda não tive coragem de perguntar isso à Deus, mas de alguma forma ficarei sabendo a resposta.

Mudando de assunto: viu como ficou linda sua Missa pela passagem de dois anos de sua ida para o Reino dos Céus????

A data caiu no Carnaval e francamente não estava com vontade de ir à uma Igreja no Rio de Janeiro, marcar uma Missa, e de certa maneira constranger pessoas à irem até lá. O nosso Rio de Janeiro está muito difícil...
Existe ainda o incoveniente das Missas serem durante a semana e fico incomodada ao ver que as pessoas acabam por faltar à aula ou saem mais cedo do trabalho: e uns com filho em casa esperando... Não me agradava a idéia.

Aqui em Conservatória existe uma Igreja Matriz, mas nos Bairros onde não tem ainda uma Capela ou Igreja, o Padre Edilson aos sábados escolhe um Bairro e vai realizar a Missa, na maioria das vezes na casa de alguém que tenha ligação com este trabalho Comunitário.

Minha amiga Glória no ano passado, já havia falado ao Padre que fizesse uma Oração por você. Foi ótimo.

Este ano quando Glória me falou que pedira que a Missa do dia 9 de Fevereiro - que seria em sua casa - fosse feita em sua intenção: fiquei bastante comovida.
O Padre Edilson aceitou feliz o pedido, e assim sua missa foi realizada.

Mimi, viu como ficou tudo simples e lindo? Todas as pessoas que lá se encontravam, não cumpriam nenhuma obrigação social: estavam em uma Missa porque queriam orar à Deus, como fazem todos os sábados.

Glória arrumou cadeiras, Geraldo colocou um toldo , afinal a chuva tem sido persistente e a Missa foi ao lado da piscina. Mariana, filha de Glória ajudou muito.

O Altar, uma mesa com uma toalha branca, castiçais e flores, foi adornada com dois porta -retratos com suas fotografias.

Quando Padre Edilson chegou, terminou de arrumar o Altar.
Os amigos, todos visinhos do Bairro em que Glória mora e que eu freqüento muito, foram entrando aos poucos.

A Missa ficou linda, repleta de pessoas que oraram com muita fé, amigos de diversos segmentos da Igreja: de empresários a trabalhadores humildes. Todos irmanados em um só desejo, receber Cristo e as palavras de fé do Padre Edilson.

Interessante, que a Missa foi realizada exatamente no dia em que foi aberta a Campanha da Fraternidade, que tem como tema este ano a Valorização da Vida.
Ao final, Mariana e seu namorado distribuiram os marcadores de livro que mandamos confeccionar novamente, com fotos novas. Fotos de sorrisos!

Ah! Como não haveria um lanchinho? Claro... Onde estava Camila, havia um biscoito, um bolo de laranja...

Ao final da Missa sentamos todos em forma de arco, lanchamos e conversamos.
Senti-me em paz , e sei que você meu amor, recebeu com muito carinho as orações daquela noite!

Tenho certeza Mimi que retribuindo às orações, você arregimentou seus amigos espirituais e juntamente com eles, nos enviaram “canhões” de LUZ !!!

Dois anos meu Deus! Dois anos sem a minha Camila encarnada junto a nós!
Mas tenho certeza de nosso reencontro, Mimi. Sonho com ele, minha filha!

Sonho com o momento de nosso abraço.
Sonho com nosso caminhar sempre de mãos dadas.
Sonho com nossas Briguinhas de Nariz.

Sonho em contar: Dedo mindinho, Seu vizinho, Pai de Todos, Fura Bolos, e ...Mata Piolhos! Cadê o toucinho que estava aqui? E você meu amor, respondia:
– “ U gatãozão cumeu, mãe!” E ria...
Ríamos muito!

Vamos estar juntas novamente!

Receba meu beijo, meu abraço e a minha saudade! Sei que esta saudade não te faz mal algum, pois é saudade de mãe.

É Saudade de que tem
“AMOR INCONDICIONAL”!

Te amo, Minha Flor de Maracujá!
CHRISTINA ANTUNES FREITAS

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