Oi, minha Flor de Maracujá! Hoje, estou absolutamente fragilizada de saudades.
Na realidade Mimi, a minha reação à sua partida, não está transcorrendo como talvez aconteça na grande maioria dos casos de pessoas que perdem seus filhos...
Normalmente existe o luto, a tristeza, mas aos poucos as coisas vão voltando ao lugar. É o que consigo observar em algumas amigas nossas, que tem a força necessária para ultrapassar esse momento, muito maior do que a minha. Hoje pude ver que sou frágil...
Como de certa forma eu e seu pai nos isolamos no interior, e lá temos bastante contato com as pessoas apenas nos finais de semana em meio a músicas, não há estranhamento algum se por acaso chorarmos. Conservatória é um lugar envolvente, que tem uma característica, além da música, bem peculiar: ninguém tolhe nossa emoção. Ela pode fluir da maneira que for, que o máximo que acontece, é quem está perto acabar envolvido pela atmosfera e se emocionar também...
Hoje foi um dia bonito com o de aniversário de Carolina, mas você sabe Mimi que eu tenho um limite, e não devo ultrapassá-lo. Ficamos muito tempo na festa que estava linda e cheia de amigos que foram bastante simpáticos. Mas com o passar das horas, eu já me encontrava completamente frágil....
Minha Flor: ver as moças dançando alegremente, deu-me uma saudade enorme...Posso dizer que “desespero” foi o que senti: era como eu quisesse te ver entrando pela porta, mesmo sabendo que não aconteceria. Então, nesse momento fiquei muito angustiada, e é incontrolável: comecei a chorar...
Foram idas e vindas intermináveis ao toilette, para poder dar vazão ao choro escondido. Ao final, todos tentavam inutilmente colocar-me à vontade, sendo que o constrangimento misturado com a imensa saudade deixou-me nocauteada.
É o meu limite, e poucos compreendem. Quando falo: -“vamos embora”, é porque sei que não tenho mais condições de ficar. Acredito que é muito pessoal: talvez até íntimo demais, para que os amigos que nos cercam possam estabelecer que aquele momento é meu, e que tenho que ir... Difícil e embaraçoso!
Mimi, as moças dançaram com a alegria que você tem ao dançar... Estavam lindas, arrumadas, e foi uma luta tentar a sobriedade...Sobriedade de quem não bebe!
Fico pensando que a idéia que passo aos outros, é exatamente de quem está querendo se vitimizar: havia lá outras mães órfãs de seus filhos, e estavam todas participando do momento alegre de uma festa em família. Mas, vitimizar: porquê? Não quero isso...
O choro é de difícil controle. Por mais que eu fale para mim:-“Calma Christina. Olhe o mico!”. Não tenho uma “torneira de choro” que pode ser fechada manualmente ou por comando...Não consigo, não sou competente para administrar minha emoção. Na realidade sou um desastre!
Na realidade Mimi, a minha reação à sua partida, não está transcorrendo como talvez aconteça na grande maioria dos casos de pessoas que perdem seus filhos...
Normalmente existe o luto, a tristeza, mas aos poucos as coisas vão voltando ao lugar. É o que consigo observar em algumas amigas nossas, que tem a força necessária para ultrapassar esse momento, muito maior do que a minha. Hoje pude ver que sou frágil...
Como de certa forma eu e seu pai nos isolamos no interior, e lá temos bastante contato com as pessoas apenas nos finais de semana em meio a músicas, não há estranhamento algum se por acaso chorarmos. Conservatória é um lugar envolvente, que tem uma característica, além da música, bem peculiar: ninguém tolhe nossa emoção. Ela pode fluir da maneira que for, que o máximo que acontece, é quem está perto acabar envolvido pela atmosfera e se emocionar também...
Hoje foi um dia bonito com o de aniversário de Carolina, mas você sabe Mimi que eu tenho um limite, e não devo ultrapassá-lo. Ficamos muito tempo na festa que estava linda e cheia de amigos que foram bastante simpáticos. Mas com o passar das horas, eu já me encontrava completamente frágil....
Minha Flor: ver as moças dançando alegremente, deu-me uma saudade enorme...Posso dizer que “desespero” foi o que senti: era como eu quisesse te ver entrando pela porta, mesmo sabendo que não aconteceria. Então, nesse momento fiquei muito angustiada, e é incontrolável: comecei a chorar...
Foram idas e vindas intermináveis ao toilette, para poder dar vazão ao choro escondido. Ao final, todos tentavam inutilmente colocar-me à vontade, sendo que o constrangimento misturado com a imensa saudade deixou-me nocauteada.
É o meu limite, e poucos compreendem. Quando falo: -“vamos embora”, é porque sei que não tenho mais condições de ficar. Acredito que é muito pessoal: talvez até íntimo demais, para que os amigos que nos cercam possam estabelecer que aquele momento é meu, e que tenho que ir... Difícil e embaraçoso!
Mimi, as moças dançaram com a alegria que você tem ao dançar... Estavam lindas, arrumadas, e foi uma luta tentar a sobriedade...Sobriedade de quem não bebe!
Fico pensando que a idéia que passo aos outros, é exatamente de quem está querendo se vitimizar: havia lá outras mães órfãs de seus filhos, e estavam todas participando do momento alegre de uma festa em família. Mas, vitimizar: porquê? Não quero isso...
O choro é de difícil controle. Por mais que eu fale para mim:-“Calma Christina. Olhe o mico!”. Não tenho uma “torneira de choro” que pode ser fechada manualmente ou por comando...Não consigo, não sou competente para administrar minha emoção. Na realidade sou um desastre!
Então vou seguindo sendo “enfadonha”, pois sei que minha dor é pessoal, instransferível e incomoda à muitos!
Mimi, estou um trapo... Lembra quando você saía com seus irmãos, colegas ou namorados, e eu falava na brincadeira, mas em tom ameaçador: -“Prestem atenção: vocês estão levando uma “toalha felpuda”. Não tragam de volta um “paninho de chão”, que acabo com todos!!!”
Mimi, meu amor: entrei na festa “toalha felpuda” e saí “paninho de chão”... Mas vou restabelecer meu equilíbrio e amanhã estarei melhor. Tenho que viver como se estivesse no AA, vencer cada dia...
Acho que o ser humano vence suas adversidades de maneira muito individual: cada um tem seu tempo. O fato de estar da maneira que estou, nada tem haver com o gostar mais ou menos. Acredito que é uma questão de atitude diante da perda: está ligado à aceitação...
E veja Mimi, horas e mais horas de Evangelização, de estudo do Evangelho, do Livro dos Espíritos: e vejo que “apreendi” pouco para uso próprio...
Estou com saudades meu amor. Estou tão pequena, tão no chão (hoje a impressão que tenho é que diminuí de tamanho), que agradeço a Deus por não ser um inseto: senão já havia sido pisada ao meio do dia!
Hoje rendo-me ao Lexotan, ao colírio pois senão ao acordar não abro os olhos, e ao cansaço.
Rendo-me à Deus Pai, rogando à ele forças para poder continuar, minha Mimi. Quero te encontrar e preciso de coragem, determinação, garra...Isso não anda à venda: somente Deus para me ajudar!
Olhe Mimi, te vi de vestido florido, dançando forró e rodando a saia... A reconheci no sorriso das meninas. Na maneira delas jogarem o cabelo: o eterno código de quem quer ser paquerada! Te procurei no aroma de juventude que todas elas exalavam!
Te amo demais minha filha...Amanhã estarei inteira de novo!
Vou dormir com um pouco de seu perfume e sonhar com sua sonora gargalhada!!!!
Amanhã, venço mais um dia!
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
Mimi, estou um trapo... Lembra quando você saía com seus irmãos, colegas ou namorados, e eu falava na brincadeira, mas em tom ameaçador: -“Prestem atenção: vocês estão levando uma “toalha felpuda”. Não tragam de volta um “paninho de chão”, que acabo com todos!!!”
Mimi, meu amor: entrei na festa “toalha felpuda” e saí “paninho de chão”... Mas vou restabelecer meu equilíbrio e amanhã estarei melhor. Tenho que viver como se estivesse no AA, vencer cada dia...
Acho que o ser humano vence suas adversidades de maneira muito individual: cada um tem seu tempo. O fato de estar da maneira que estou, nada tem haver com o gostar mais ou menos. Acredito que é uma questão de atitude diante da perda: está ligado à aceitação...
E veja Mimi, horas e mais horas de Evangelização, de estudo do Evangelho, do Livro dos Espíritos: e vejo que “apreendi” pouco para uso próprio...
Estou com saudades meu amor. Estou tão pequena, tão no chão (hoje a impressão que tenho é que diminuí de tamanho), que agradeço a Deus por não ser um inseto: senão já havia sido pisada ao meio do dia!
Hoje rendo-me ao Lexotan, ao colírio pois senão ao acordar não abro os olhos, e ao cansaço.
Rendo-me à Deus Pai, rogando à ele forças para poder continuar, minha Mimi. Quero te encontrar e preciso de coragem, determinação, garra...Isso não anda à venda: somente Deus para me ajudar!
Olhe Mimi, te vi de vestido florido, dançando forró e rodando a saia... A reconheci no sorriso das meninas. Na maneira delas jogarem o cabelo: o eterno código de quem quer ser paquerada! Te procurei no aroma de juventude que todas elas exalavam!
Te amo demais minha filha...Amanhã estarei inteira de novo!
Vou dormir com um pouco de seu perfume e sonhar com sua sonora gargalhada!!!!
Amanhã, venço mais um dia!
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
3 comentários:
Cristina,
hoje vou elevar o pensamento e na minha hora de oração estarei evidenciando uma vontade junto ao universo: Que você consiga paz interior para filtrar e extrair as vicissitudes da vida, do seu momento único e só seu.
Paz e alegria!
Marcio Romero
Marcio Romero!
Amém!
Um abraço,
CHRISTINA ANTUNES FREEITAS
"Tenho -vos dito isso, para que em mim tenhais paz;no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo" Jesus de Nazaré. (Evangelho de João Cap 16:33)
Wilton
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