AMIGOS:
Transcrevo abaixo, a entrevista do Cel PM Fernando Príncipe, ao Jornal O Dia Online.
Coronel Príncipe afirma que não errou ao realizar a ação em Costa Barros
Operação, que resultou na morte de aluno dentro da sala, gera polêmica dentro da corporação
“OU É ASSIM, OU NÃO FAZ”, DEFENDE CORONEL SOBRE OPERAÇÃO POLICIAL EM FAVELAS”
Afastado do comando do 9º BPM, o coronel Fernando Príncipe Martins abre fogo contra o comandante-geral da corporação, coronel Mário Sérgio Duarte, em entrevista ao DIA. “Com a minha exoneração, o comandante-geral diz para os outros comandantes que eles devem privilegiar a omissão e a covardia, devem privilegiar o não fazer”. Príncipe diz que não errou e que a perda de vidas inocentes, “eventualmente, vai acontecer”.
OPERAÇÕES EM FAVELAS
"A operação foi necessária. Empresários da Fazenda Botafogo já haviam falado comigo que não aguentavam mais. A ação começou às 8h20, havia 100 homens comandados por um major. Tínhamos como alvos a comunidade de Final Feliz e os morros da Pedreira, Lagartixa e Quitanda. O bandido é inconsequente, faz disparos em qualquer direção. Tivemos que trocar tiros. Não há outro jeito de se fazer operação. Ou é assim ou, então, não faz. A Inteligência diz que o bandido ele está lá dentro (da favela). Temos que ir lá. O que a polícia deve fazer? Não fazer nada é prevaricação. O delegado Alzir (Roberto Alzir Dias Chaves, Superintendente de Planejamento Operacional da Secretaria de Segurança) me ligou e cumprimentou pela operação.Você não tem como alvo o Ciep.
MORTE DE WESLEY
"Eu lamento muito, claro. Mas não fui responsável por ela, meus policiais também não. Com a minha exoneração, o comando mostra que não assume a responsabilidade de seus comandados. Não foi a primeira vez que um estudante foi atingido naquele Ciep e o poder público nunca providenciou a blindagem do prédio. Estive no local, vi o que poderia ser feito. Abomino a morte de inocentes, mas isso, eventualmente, vai acontecer.”
TRABALHO NO 9º BPM
O 9º Batalhão, quando eu o assumi, era inoperante. Um batalhão de guerra não pode ter dois blindados baixados (fora de condições de uso), 40 fuzis inservíveis. Começamos a entrar em território em que a PM não ia. Claro que, nesses locais iríamos encontrar delinquentes bem armados. Mas era preciso fazer. Na semana passada, delinquentes da região atacaram uma cabine da PM e mataram um taxista."
EXONERAÇÃO
"Lamento que o comandante-geral tenha me exonerado antes de me ouvir. Ele tem a função de apoiar seus comandados e de ser justo. Foi como se ele dissesse que não importa se houve erro ou acerto, não importa quem tem razão, o que não pode é coloca em risco sua função. Depois da minha exoneração, como oficiais e praças vão agir? Terão segurança para pegar suas asmas sabendo que poderão ser exonerados? Pior é a desmoralização de um servidor público. Há 2 meses, ele (o comandante-geral) me apresentou um quadro crítico no 9º BPM; agora, ao me exonerar, ele diz para a sociedade que o oficial não é competente.
INDUZIDO AO ERRO
"Nunca houve orientação do comandante-geral para que eu não fizesse este tipo de operação. Ao me exonerar, me disse que sua política privilegiava as UPPs. Eu então afirmei que ele havia me induzido ao erro, não havia sido firme em sua orientação. Ao contrário: ao me empossar no 9º BPM, ele fez um discurso na linha do combate. Afinal, trata-se de uma área onde há 100 favelas. O comandante-geral não foi injusto comigo pessoa física, foi com os os comandantes de batalhão.”
FUTURO NA PM
“Sob este comando, meu futuro na PM não deverá existir. Fui desmoralizado por um erro que não houve. Não acho que tenha condições de assumir novas funções”.
Por Diego Barreto, Fernando Molica e Thiago Feres
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Então, o Cel. Principe, um Oficial da PMERJ, super qualificado e respeitado, é exonerado talvez para que no entorno do Ciep, muitos votos de apoio ao Sr. Executivo Estadual Sérgio Cabral Filho, possam ser revitalizados e por que não – multiplicados…
É lamentável que a Corporação não dê ao Comandante Príncipe e aos seus comandados, pelo menos a “Presunção da Inocência” . Recolheram os fuzis dos PM’s… E as armas da Bandidagem? Quem fará a perícia?
E mesmo que por uma fatalidade, o tiro tenha sido um tiro disparado por arma de um Policial:
-Porque achar que um homem sai de casa para trabalhar - pela miséria paga ao Policiais do Rio de Janeiro - com a intenção de matar um inocente? Estamos em Guerra, tenham certeza disso! Nenhum Policial atiraria em uma Escola, com intenção de alvo!
Lamentável a morte de menino e tenho certeza que deve ter sido uma cena brutal. Sei bem o que é perder um filho, e só posso entender que o nosso Pai, esteja neste momento amparando-o. E que esta família possa, um dia, ter momentos de paz!
Mas temos que ter em mente, uma coisa: Estamos em uma Guerra Civil (não declarada oficialmente) , e quando esta acontece, normalmente temos dois lados se confrontando de modo armado, e a população civil no meio deste confronto. Nas Guerras Civis, quem mais sofre baixas, é a População não armada!
Ao Cel. Príncipe, o meu grande respeito e admiração por sua luta, por sua carreira e por sua técnica apurada.
NADA MELHOR DO QUE O TEMPO E A DISTÂNCIA… Esta máxima serve para o amor e certamente para a dor.
Cel. Fernando Principe: o Sr. continuará a ser o Oficial da PMERJ que muitos, tem como parâmetro: O que a PMERJ tem de melhor!
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Abraço fraterno,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS