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Estas últimas semanas têm sido, dia após dia, de provas... Provas boas: nem todas de meu agrado, porém com respostas a questões que sempre coloquei como “reais” e que no meu entendimento, sem dúvida alguma, aconteceram.
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Tenho por convicção, que nem todas as pessoas são obrigadas acreditar no que digo. Ou melhor: uma grande parte das pessoas não acredita quando, porventura, relato que você Mimi apesar de termos a idéia que talvez não levaria uma vida longa ( hoje consigo crer nisto) , concluiria sua Faculdade, viveria seu amor, teria filhos, trabalharia na profissão que tanto ama, e (quem sabe?) ao findar este ciclo fizesse a sua passagem para o Mundo Espiritual. Interromperia a sua história de vida sem chegar à maturidade, talvez.
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Compreendo que indivíduos leigos na Doutrina Espírita Cristã tenham dúvidas, afinal cada Religião coloca a proposta sobre a morte, conforme sua forma de entendimento.
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O que muitas vezes deixou-me aborrecida, foi conversar com algum Dirigente de Casa Espírita e o mesmo “contestar” o que relato, sobre tudo que aconteceu com você, tempos antes de sua internação e também durante os trinta e três dias de seu sofrimento no leito de um CTI.
Sabe meu amor: este “relato” foi ouvido diversas vezes por mim, por parentes, por amigos e por pessoas que mal conhecíamos.
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O tempo todo foi assim: ora por pessoas próximas à nós, ora por pessoas distantes, e até mesmo por uma Integrante da Assembléia de Deus que tive um breve contato na porta do CTI onde você se encontrava. Esta senhora nem do nosso Estado era: vinha do Sul do Brasil orar por doentes, pois tinha permissão documentada para isso. Vendo a agitação do CTI, perguntou se podia orar pelo meu paciente. Pedi que o fizesse e alertei ao Enfermeiro que a deixasse chegar ao seu leito.
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Quando da saída dessa senhora do prédio do Hospital, ela me faz uma narrativa de tudo o que já me havia sido relatado por Espíritas, Umbandistas e Carismáticos. Com todos os detalhes.
Eu não sabia na época, que dentro das religiões denominadas Evangélicas havia o que chamam de “Revelação”. Foi o que aconteceu com essa irmã da Assembléia de Deus, que se emocionou demais ao me transmitir a “Revelação”!
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Mas volto ao fato de haver escutado do Dirigente Espírita que se sua Passagem aconteceu, é porque não cai uma folha no chão se Deus não permitir... Nunca acreditei que Deus pudesse "ter cumplicidade" em seu sofrimento Físico e Espiritual. Não! Nesse Deus eu não creio!
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Sabe meu amor, engoli este “sapo” durante quase dois anos, mas não deixei de freqüentar essa Casa Espírita no Rio de Janeiro, que é somente uma dentre as outras que freqüento. Quase não fico no Rio, portanto procuro ouvir Palestras semanais, no lugar onde estiver. Mas sentia-me incomodada: afinal talvez para o Dirigente, eu estivesse com raiva do mundo e procurando culpados por sua passagem. Era o que pensava dele à princípio!
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Mas Mimi, orei muito! Passei madrugadas pedindo à Deus que me indicasse um caminho, mesmo que estivesse enganada, pois não tenho medo algum de retratar-me quando estou errada em alguma avaliação.
Pedi fervorosamente às Falanges de Benfeitores Espirituais que de alguma forma, caso estivesse certa no que creio "ser a verdade" sobre o expediente que "duas figuras abomináveis e imundas” usaram contra você, que alguma prova disso chegasse até esse Dirigente (pessoa de alta conduta moral: uma pessoa especial). Demorou um pouco, mas enfim, foi o que aconteceu !
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Sim! Foi exatamente nesta Casa Espírita do Rio de Janeiro, inclusive em um dia em que nós não haviamos comparecido, que você apresentou-se à Sessão Mediúnica (que é fechada, só trabalhando là alguns médiuns da casa).
O médium que recebeu sua comunicação (eu não o conhecia), semanas depois quando lá compareci, descreveu-me um detalhe de seu quarto que nunca foi fotografado ou mencionado talvez por sua singeleza (acredito que foi a forma que você encontrou para que eu acolhesse a veracidade da mensagem). Conforme concordei sobre o detalhe do seu quarto e com o posicionamento em que se encontrava este tal detalhe, finalmente me foi passado o que você externou.
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- Que se encontrava muito bem, evoluindo Espiritualmente (houveram outros detalhes que não cabe discorrer pois são dirigidos à outras pessoas), e que só sentia-se triste quando notava que tanto eu quanto Geraldo, não reagíamos a sua perda. Que estávamos adoecendo!
Disse ainda, que sempre que possível estava junto à nós, e fazia naquele momento um pedido especial. Esse pedido, ela acreditava que nos daria um pouco de paz .
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- “QUE TENTÁSSEMOS PERDOAR AS PESSOAS QUE USARAM MEIOS “MALIGNOS”, APRESSANDO ASSIM, SUA PASSAGEM PARA O MUNDO ESPIRITUAL DE FORMA DOLOROSA”.
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Então Mimi, não precisei tampouco conversar com o Dirigente que não quis acreditar em meu relato: você fez isso por mim, uma vez que ele dirigia os trabalhos neste dia.
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Afinal, “EU NÃO PRECISARIA PERDOAR NINGUÉM, SE NADA HOUVESSEM FEITO DE MAL CONTRA VOCÊ, NÃO É MESMO?”
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Também não quero crer que esse senhor tivesse vontade, simplesmente, de me desautorizar no que relatara quanto fui procurar a Casa Espírita Cristã. Tenho hoje a impressão de que usando a CARIDADE, ele preferiu que eu não me angustiasse ainda mais. Tudo bem: só que prefiro a verdade!
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Ufa! Difícil falar sobre isso, e pior para mim é não ter condições de atender um pedido seu, minha Camila! Procure desculpar sua mãe: dói muito a sua ausência!
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Você bem sabe que o PERDÃO tem que ser sincero. NÃO EXISTE PERDÃO MAIS OU MENOS...
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Sabe minha Flor: não consigo neste caso, usar das prerrogativas que todo Cristão deveria fazer uso: Caridade, Humildade, Solidariedade, que ao final levariam ao PERDÃO INCONDICIONAL. Creio que talvez nesta encarnação não alcançarei esta Limpeza Espiritual, que seria Perdoar àquelas duas mulheres que fizeram você sofrer tanto! Porém, acredito que manter a posição de não pedir “o mal” para nenhuma das duas, já é um grande passo conquistado.
Você sabe meu amor: não oro por elas... Desculpe-me: é querer demais!
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Perdoar minha Mimi, eu não consigo. Seria uma grande hipocrisia! Você me conhece e sabe que mamãe é imperfeita. Mas já perdoei tantas coisas na vida! E creia, vivo perdoando... Este pedido, minha Flor de Maracujá, creio que ficará para outras vidas! Ah! FALO EM MEU NOME!
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Vamos deixar que Deus se encarregue do crivo do "MERECIMENTO": afinal se tudo não passou de um resgate de outras vidas (é uma hipótese), porque elas não usaram do Livre Arbítrio procurando assim, o caminho do bem?
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Também não fico triste caso você as tenha perdoado, afinal: VOCÊ É UM SER DE LUZ!!!
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Nossa! Assunto pesado... Mas eu precisava falar sobre isso!
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Então minha Flor de Maracujá, deixo aqui uma música que nosso amigo de Conservatória – CARLINHOS – canta magnificamente, e nos faz chorar sempre!
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UM SER DE LUZ
João Nogueira
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Um dia
Um ser de luz nasceu
Numa cidade do interior
E o menino Deus lhe abençoou
De manto branco ao se batizar
Se transformou num sabiá
Dona dos versos de um trovador
E a rainha do seu lugar
Sua voz então
Ao se espalhar
Corria chão
Cruzava o mar
Levada pelo ar
Onde chegava
Espantava a dor
Com a força do seu cantar
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Mas aconteceu um dia
Foi que o menino Deus chamou
E ela se foi pra cantar
Para além do luar
Onde moram as estrelas
A gente fica a lembrar
Vendo o céu clarear
Na esperança de Vê-la, sabiá
Sabiá
Que falta faz tua alegria
Sem você, meu canto agora é só
Melancolia
Canta, meu sabiá, voa, meu sabiá
Adeus, meu sabiá, até um dia
Então meu amor, peço a sua compreensão... Temos saudades... Muitas saudades!
Sabiá
Que falta faz tua alegria
Sem você, meu canto agora é só
Melancolia
Canta, meu sabiá, voa, meu sabiá
Adeus, meu sabiá, até um dia
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CHRISTINA ANTUNES FREITAS