Pois é: o 13° Salário pago hoje à maioria dos Funcionários Públicos Estaduais do Estado do Rio de Janeiro, devia ser motivo de alegria, fartura, e de bem viver entre os integrantes das famílias... Mas, infelizmente não é bem assim que a coisa funciona.
Tendo passado por dois Shoppings, pude observar as pessoas andando apressadas, tensas, aflitas... Fiquei imaginando: já fui assim, e só mudei porque infelizmente não faço mais festa de Natal em casa. Então hoje, fui mera observadora. Ainda assim, estava angustiada.
Vi famílias inteiras carregadas de sacolas, com todos muito felizes. Vi também famílias agarradas às suas compras, em que os maridos mostravam um semblante tenso e a mulher com aquela expressão de “ainda mato esse homem”.
Pude observar na fila para pagar o estacionamento, uma grosseria que um senhor dirigiu à sua mulher. Quanta descortesia!
Ela estava cheia de sacolas, e o homem reclamando... Imagino a energia negativa que acompanhará o tal presente, caso seja ofertado pelo troglodita.
Ai, ai, ai !!!!
Ave Maria....como é ruim ter que barganhar com o Sr. “Diretor da Casa” , o que podemos comprar. O dito provedor sempre acha tudo muito supérfluo, e a cada tentativa que a mulher faz de adquirir mais uma coisinha, o instinto animal desse homem aparece. Desconfio que criaram a raça de cães Pit Bull, na época das compras Natalinas.
Pior ainda, é saber que sempre vamos encontrar alguém que nos ofertará uma lembrançinha num gesto delicado, cordial... E ficaremos com cara de “banana de pijama”, pois não compramos nada para retribuir... Caraca! É muito ruim!
Por mais que saibamos que o espírito natalino deve ficar contido no sentimento de união familiar, na solidariedade, na fraternidade, no amor ao próximo : sem a danada da lembrancinha para doarmos aos familiares e amigos, o Natal fica desconfortável, tenso, angustiante. O QUE FIZERAM CONOSCO ???
Esta sociedade consumista que participamos ativamente - acredito que não vivenciamos ainda, outro tipo de sociedade - está nos deixando enlouquecidos... Parece que só conseguimos sentir alívio no dia 26 de Dezembro...Ufa! O Natal passou...
O pior é que esta tensão começa já em Outubro ou Novembro, quando somos instigados a participar de não sei quantas listas de apadrinhamento em que temos que ofertar “Kit de Roupas e Presentes para Crianças Carentes”... Listas para cestas básicas... Listas para o Natal dos Idosos...Caixinha da Padaria, do Horti Fruti, do Posto de Gasolina, do Lixeiro, do Carteiro, do Porteiro, da Manicure...Todo mundo tem a tal da Caixinha.
Quem tem carro a gás então...Se o cilindro não for tão grande, somos obrigadas a aturar mais de uma vez por dia, a moça do Posto de GNV vestida de Mamãe Noel Erótica (à escolher: ou bumbum ou cofrinho? Ou os dois?) E lá vem elas com uma caixa de sapatos embrulhada em papel natalino...
Ai que ódio!!!!! Elas não tem nenhuma celulite ou varizes nas pernas. Estrias no bumbum??? Nem pensar!
Uma série de amigos passam as tais listas de enxovais, e todos acham que temos obrigação moral de apadrinhar um nome. Ao final estamos atolados em compras e gorjetas para aqueles que nem sabemos ao certo, se necessitam tanto.
Sei por pessoa que mora em uma Comunidade que diversas mulheres vivem de Cestas Básicas, e no final de semana tomam sua cervejinha com um churrasquinho na laje. E eu aqui, bobinha... Comprando leite em pó e achocolatado, tentando melhorar as tais cestas!
Se deixarmos que nos levem pela emoção, estamos fritos...
Tem Bingo da Igreja, tem Natal sem Fome, tem doméstica com aquele semblante - cadê o meu presente? – e assim, se não houver um pouco de critério na escolha de um ou dois agraciados, qualquer dia vamos ser protagonistas de tais listas.
Hummmm! Tenho certeza que vocês estão me achando reclamona, discriminatória, amarga... Enfim: vocês têm razão!
Queria estar feliz - cheia de compras - cansada da fila do supermercado. Casa enfeitada... Roupas de cama, mesa e banho novas para o dia 25 (sempre tive essa mania).
Presentes? Escondidos dos filhos: mesmo que os dois já tivessem comprado conosco o que desejavam, havia sempre uma surpresinha... Quanta saudade! Esse tipo de Natal para mim acabou, pelo menos por enquanto. Quem sabe um dia, quando porventura vierem os netos?
Já havíamos planejado, eu e Geraldo, ficarmos sozinhos neste Natal. Mas como meu filho estará de folga este ano, vou ficar a noite do dia 24/ 25 com ele e a família de sua amada Carol. São todos muito carinhosos conosco. Dia 25, almoçamos com minha irmã que vem de São Paulo e depois...caminho da roça!
Estão querendo saber se vou fazer alguma coisa em minha casa?
- Não! Neste apartamento, acho que nunca mais farei reunião alguma. Aqui para mim, além de ser nossa casa no Rio de Janeiro, é o lugar onde guardo as melhores lembranças de minha vida. Quero-as intactas...
Não há porquê dispersar este ambiente em que olho para qualquer ponto e revejo Camila correndo, rindo e brincando. Aqui? Festa? Acredito que nunca mais...
Mas tenho meu Gustavo, que na realidade não gosta de ficar neste apartamento: sei que ele tem sempre a impressão de que Camila está por chegar... Sente-se incomodado: as recordações castigam.
Então, vou levá-la comigo: bem juntinho ao meu coração. Passaremos todos juntos o Natal deste ano, celebrando além do nascimento de Jesus, o amor de Gustavo e Carolina.
O Natal não será mais aqui em casa, porém estaremos eternamente juntas, pois carrego Mimi em minhas lembranças, em meu coração e em minh' alma!
Beijos minha flor!!! Se quiser: traga seus amigos espirituais dia 24 !
Um abraço,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS
sábado, 15 de dezembro de 2007
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